Sinto-te a deslizar vagarosamente por essas curvas profundas
. escorregando suavezinho como quem tem medo de encontrar. A sussurrar
pequenino como já tudo esperasse .
Tempo é um feia palavra em nosso dicionário . Aguardámos
séculos de segundos, reinados de milésimos para um curto palpitar . Não existem
corações sincronizados nem nós acreditámos em tal miragem mas eu sei que á
noite contas as estrelas do céu . Eu sei que á noite contas histórias de
adormecer . Pergunto-te :” Consegues ?” . Comparam-te a uma estátua de cal pela
tua serenidade de morte . e descobrem assim o teu ponto forte no império de
confusos pensamentos em que habitas . escreve-me as tuas histórias . dá-me uma
prova de que nosso palpitar foi perfeito . Não sentes todo este ruído á nossa
volta ?